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É hora de investir em ações da Eneva?
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Análise do ativo:
Visão sobre a ENEVA: Compra
A Eneva é uma das principais empresas de energia do País, sendo a principal atuante privada na exploração e produção de energia, com fontes de gás natural e carvão mineral. A estrutura adotada pela Firma permite uma verticalização no seu sistema, em que a Empresa é pioneira no modelo de negócios integrado R2W (Reservoir-to-Wire). Dessa forma, ela atua desde a exploração de gás natural até a geração de energia elétrica e comercialização de gás e energia, visto o acesso a fontes de gás em bacias sedimentares onshore. Esse fato permite que a Companhia mantenha uma estratégia mais econômica de geração de energia por meio de combustíveis, sem a necessidade de importação.
Em 2023, foram certificadas as reservas e recursos da Bacia do Parnaíba, do Amazonas e do Solimões. Além disso, teve a posse do novo Diretor Presidente, Sr. Lino Cançado e a reorganização da Diretoria de Operação. Atualmente, a Companhia possui um parque operacional de geração de 4,6 GW, composto por 10 usinas termelétricas, com previsão de atingir a capacidade total instalada de 6,3 GW até 2026, com a entrada em operação de 3 novas usinas termelétricas e 1 planta solar.
A Eneva possui contratos de concessão para a exploração e produção de hidrocarbonetos em mais de 64.000 km² em 4 bacias sedimentares onshore (Parnaíba, Amazonas, Solimões e Paraná), que estão em diferentes estágios exploratórios.
Do ponto de vista de extração e produção, a Eneva conta com campos na Bacia do Parnaíba e Azulão, além de mais campos em desenvolvimento na Bacia do Amazonas. Com isso, a Empresa soma mais de 60 mil km² de área de concessão para exploração de gás natural onshore, sendo a única Companhia privada com essas concessões de exploração onshore para geração de energia.
Com sua estrutura de negócio, a Eneva é uma das principais empresas de geração do Brasil, sendo responsável por cerca de 12,9% da geração de energia térmica do País. Devido a esse fato, é muito acionada em tempos de crise hídrica, onde se faz necessário a Firma produzir mais energia para complementar as necessidades energéticas da nação. No 3T23, a Eneva continuou a operação comercial do Complexo Solar Futura 1 que conta com 692,4 MWac de capacidade instalada e é considerado um dos maiores parques solares do Brasil. Com isso, a capacidade total de geração solar centralizada na matriz elétrica do Brasil será elevada em 8%. Além disso, a reestruturação de dívida da subsidiária CELSE foi iniciada no período, com o intuito de eliminar condições impostas nos contratos de dívidas celebrados anteriormente à aquisição.
Em junho de 2023, a Eneva divulgou ao público o acordo de investimento do Itaú Unibanco na Eneva Participações III S.A. (“Eneva III”), sociedade controlada da Companhia, no montante de R$1 bilhão, por meio da subscrição e integralização de ações preferenciais com direito de voto restrito de emissão da Empresa. Na mesma data, a Eneva III tornou-se titular de 100% do capital social da operação que abrange todas as usinas termelétricas do Complexo Parnaíba no Maranhão. Com isso, o Itaú passou a ser o titular dessa fatia minoritária da Eneva, que corresponde a totalidade das ações preferenciais de emissão da Eneva III, representando 15,02% do seu capital social total, e a Eneva permanece como titular da totalidade das ações ordinárias, as quais passaram a representar 84,98% do seu capital social total.
Devido à constância de sua fonte de receita, com contratos de concessão ajustados pela inflação, além da possibilidade de ampliação dessas receitas em situações de dificuldade com as fontes hídricas de geração de energia, a Empresa se mostra uma boa opção para o atual momento. Com isso, seu modelo de negócio verticalizado permite que a Companhia tenha uma vantagem estratégica em relação aos seus concorrentes na produção por meio de termelétricas. Por fim, enxergamos ampliação de sua capacidade instalada e da sua capacidade de geração de fluxo de caixa para os próximos anos. Dessa forma, tendo em vista o longo prazo, consideramos as ações ENEV3 com potencial para compra.
Visão sobre os resultados da ENEVA: Positiva
No terceiro trimestre de 2023 (3T23), a Eneva reportou receita operacional líquida de R$2,38 bilhões, aumento de 39,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (3T22). O aumento das receitas se deve, principalmente, ao melhor desempenho dos segmentos de geração térmica a gás em Roraima e de comercialização de energia em função do aumento do volume de contratos. Tais fatores ampliaram a margem de recebimentos variáveis da Companhia.
Os custos operacionais aumentaram em 18,2% no 3T23 ante o 3T22, somando R$1,36 bilhão devido ao aumento dos custos variáveis do segmento de geração de energia, em função do maior consumo de combustível para despacho, e das aquisições recentes. Por sua vez, as despesas totalizaram R$138,5 milhões, queda de 18,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2022, impulsionado pela redução dos custos de vendas, gerais e administrativos (SG&A) e pela revisão do critério de rateio de gastos corporativos da Holding para os segmentos.
Com isso, o EBITDA Ajustado totalizou R$903,1 milhões, avanço de 51,1% ante o 3T22, impulsionado, principalmente, crescimento da geração solar, além da aquisição da Central Geradora Termelétrica Fortaleza e de 100% das ações de emissão da CELSEPAR.
Já o resultado líquido da Empresa teve uma queda significativa ante o 3T22, alcançando prejuízo líquido de R$86,9 milhões. Essa redução foi impulsionada pela contabilização de perdas com variação cambial e monetária no 3T23 e da redução de receitas de aplicações financeiras na comparação anual, em função da forte base de comparação do 3T22, em que o caixa médio continha recursos do aumento de capital de mais de R$4 bilhões realizado pela Companhia na época.
Em setembro de 2023, a Empresa apresentou um total de R$23,7 bilhões de dívida bruta consolidada. Esse valor representa uma redução de 29,8% comparativamente à posição em junho de 2023. Esta dívida está 59% indexada no índice IPCA e 41% em CDI, com prazo médio da dívida de 5,3 anos resultando em uma alavancagem, medida pela dívida líquida/EBITDA ajustado, alcançando o patamar de 4,2x, valor acima dos pares do setor. Esse número é parcialmente explicado pelo contexto de reestruturação das dívidas das Centrais Elétricas do Sergipe (CELSE) e pelo saldo de caixa consolidado do trimestre.
A Eneva apresentou um bom resultado para o período de 3T23. O crescimento das receitas, do resultado operacional e líquido da Companhia evidenciam a proteção para momentos de baixa nos reservatórios, apesar da elevada alavancagem. Com sua capacidade de ampliação e inovação, acreditamos que a Empresa apresenta potencial para ampliar sua capacidade instalada e maximizar a produtividade, elevando assim o seu fluxo de caixa. Por isso, tendo em vista resultados futuros a longo prazo, recomendamos a compra das ações ENEV3.
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